segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Dança comigo ?

Ele estava nervoso, exaltado; quase histérico. Por que ela havia insistido tanto que fosse ele? Por quê? Ela tinha lhe explicado várias vezes, era seu melhor amigo, seu companheiro para tudo, seu conselheiro, e, como ela dizia, era 'apenas uma dança'. Não, não era apenas uma dança, ele nem sabia dançar...
Ela estava linda, radiante, emanando felicidade. Chegara a hora, esperava que ele não pisasse em seu pé, como nos ensaios, que ele sentisse que era realmente importante pra ela ser ele, afinal, era seu segundo irmão, o que sempre esteve do seu lado, tinha que ser ele...
Extinguindo ambos os pensamentos, trazendo ambos para a realidade, a música começa a tocar, suavemente, como só ela poderia ser. Ele desliza até ela, pega suas mãos e se encaminham ao centro do salão. Os movimentos fluem naturalmente, e ela susurra no ar: 'Entende agora porque tinha que ser você?', e ele simplismente faz um movimento positivo com a cabeça, realmente entendia.
Tinha vários motivos para ser ele. Eles cresceram juntos, caíram juntos, levantaram juntos. Aprenderam a ser amigos, aprenderam a ser irmãos, apesar das diferenças, apesar das desavenças. Começa a observá-la; ela nota. Surpreendentemente eles percebem que seus pensamentos eram os mesmos, e ela se alegra. Foram tantos anos de convivência que até se comunicavam através do olhar... Ele era especial, seria padrinho dos seus filhos, seria seu amigo para a vida toda.
A música estava acabando, notou ele. Não fora só uma música, não fora só uma dança, fora um laço a mais que eles haviam criado, um laço a mais de familiaridade, um laço a mais de confiança...


te amo, g.s. ♥

A passagem

Don Vito Corleone acordara. Como sempre, sem despetador e pontualmente às 6 (seis) horas da manhã. Hoje, especialmente, estava sentindo o ar diferente, como se fosse transcorrer um dia de mudanças. Parecendo um verdadeiro fantasma, ele deslizou até o quintal de sua casa, onde encontrava-se sua horta, e passou a irrigar seus pimentões, tomates e pimentas. Essa experiência reatara sua fama de 'camponês mafioso'; porém ele não se importava, esse trabalho o fazia relembrar sua infância, seu pai, seu país, sua Itália, o fazia relembrar suas origens.
Algo começou a incomodá-lo e logo percebeu que o sol estava lhe fazendo suar, o que tinha pavor... Começou a desvairar-se, imaginando e sentindo o mesmo cada vez mais perto de si, mais próximo, mais próximo, mais próximo, a ponto de lhe queimar o corpo, a mente, a alma. As partículas do ar dançavam freneticamente a seus olhos. Subitamente, soube que sua hora chegara...
Durante 68 (sessenta e oito) anos ele fora 'Capo dei Capi', o mandante da morte. Mas agora, ela iria levar-lhe consigo a caminho do desconhecido. Talvez ele fosse o único homem que nunca a temera e que sempre estivera pronto para que ela o dominasse. Ao longe, já podia visualizá-la, em forma de mulher... não podia ver suas feições. A mesma, usava uma capa preta e tinha longos braços, cada vez mais perto dele, emanando serenidade.
E, inesperadamente, antes que ela o tomasse nos braços, ele afirma gentilmente: 'Ah, a vida é tão bonita.'
E ela o domina mansamente, como só a morte tivera o poder, a honra de dominar o Grande Don, Don Corleone.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Borboletas

678 km (seiscentos e setenta e oito quilômetros) de distância separavam o amor, talvez paixão, ou uma história de verão.
Lá, o céu estava coberto de nuvens, das quais tinham várias formas: corações, animais, estrelas... quem visse, as determinaria de acordo com seu humor. Apesar delas, estava calor, e a vida corria normalmente numa segunda-feira. Ele estava em sua casa, sentado numa cadeira, vivendo num outro mundo, no seu mundo: o da internet. Ela o imaginava descalço, sem blusa, com o cabelo desgrenhado: lindo. Pensava nele o dia inteiro. Ele estava ocupado demais para pensar nela...
Em um outro espaço, lugar, região, estava chovendo, talvez forte demais; porém o calor insuportável de 40º (quarenta graus) não deixava de torturá-la. Deitada na cama, com um lápis e um caderno, lá estava ela, em seu mundo, escrevendo, imaginando, criando, sonhando, como sempre, com tolices platônicas.
Mesmo com toda a distância e todos os contras, algo os ligava, talvez um mesmo sentimento. Para ela, era mais que isso; havia sido avisada, aconselhada, mas de nada adiantaria tudo isso, já estava em sua cabeça e ela não iria abrir mão daquilo que tanto queria.
Repentinamente, um barulho. Alguém a chamava na internet, no mundo dele. Ela se levanta e corre, cheia de esperanças, que se confirmam, então, seu sistema nervoso começa a funcinar, a deixando eufórica e entusiasmada, como se houvesse borboletas em seu estômago, se revirando... Era ele.
Deixa seu mundo de papel e lápis, livros e textos, e entra no mundo dele, a internet. Seu sentimento supera barreiras, diferenças .. E sim, talvez ele estivesse ocupado demais, naquela hora, ocupado demais pensando nela...



eu amo você, l.m. ♥

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Destino inesperado

Cidade medíocre, sem valor ou importância; insignificante. Casas abandonadas, ruas emburacadas, parques destruídos. Mitos a solta, para quem quisesse acreditar.
Um senhor, em meio a tudo isso, chorando. Sua vida estava sendo destruída, sua história, seu próprio ser. Ao longe, ele avista um jovem, novo, cheio de vida, porém seus olhos traziam a dor, o sofrimento e a ingratidão. Decide conversar com ele.
Marcus, se vê no meio do nada, sozinho, em guerra com seus pensamentos e frustações. Subitamente, observa um velho vindo em sua direção; para ele, velho demais, simples demais, humilde demais, nada poderia oferecer-lhe a mais do que já tinha.
Aproximam-se. Silêncio, tensão, alívio. Antes sozinhos, agora juntos; talvez, unidos por algo que ambos desconheciam: o sofrimento de ver recordações sendo destruídas pelas consequências* dos atos humanos, ou até, laços a mais... Continuaram a se encarar, porém, de um modo diferente, com afeto e um pouco de carinho. Não sabiam o porquê, entretanto sentiam uma força extrema, uma aliança entre si. Trocaram nomes, e, inesperadamente, perceberam uma mancha, até então, de nascença para eles, e recomeçaram a se olhar, não apenas encarar como anteriormente, mas olhares com dúvidas, preocupações, explicações, súplicas.
O contato visual acaba, graças à nova chuva que recomeça. O jovem passa a ver seu reflexo daqui a algumas décadas, e o senhor passa a relembrar sua juventude com o reflexo do neto. Põem-se de pé, e num abraço acolhedor, começam a brotar lágrimas em meio aos pingos d'água que tomam os rostos sem expressões específicas.
O destino une, em meio a desgraça do presente e recordações do passado, avô e neto, companheiros do futuro.

* Comecei a me adaptar as novas regras. (:

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Batalhas interiores

Ela se sentia estranha, diferente, repugnante. Não sabia o que estava acontecendo consigo, só sabia que não era normal. Seus sentimentos estavam a flor da pele.
Taklá queria tudo, e, ao mesmo tempo, nada. Queria pessoas para conversar, desabafar, queria o silêncio, a solidão. Queria o amor, mas sentia o ódio. Pensava, pensava, pensava, só sabia pensar. Sua cabeça estava ocupada, com tolices, inutilidades, que a corrompiam, que a corroíam, as quais torturavam sua alma. Tudo estava errado, para ela.
Começou a agredir a si própria, sua vida, seus sentimentos, seus únicos amigos, seus familiares, seu corpo, sua mente. Até alguém começar a agredí-la. Não com tapas, mas sim com palavras. Foram fortes, brutas, mortais. Sua ingratidão, sua tolice, morrem. As quais foram fazendo parte dela cada vez mais, por isso se tornaram a sua sombra, o seu próprio ser. A mataram, com simples palavras. Seu espírito passa, a absorver, sentimentos novos.
A menina então, passa a enxergar que tudo isso foi somente mais uma de suas fases.


Agradecimentos: Mandy, Sylvia, Joice, Guuh, Papum, Ale.

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Definitivamente indescritível

O amor. Que seria o amor, para você, para mim, para todos nós ? Tão complicado, tão simples. Todos nós temos várias opiniões, conceitos, idéias, pensamentos. Tudo isso forma uma definição, uma 'reputação' para o sentimento amor. Mas, será mesmo que há uma descrição para esse sentimento ?
Quando o sentimos, realmente, ficamos bobos, eufóricos, exaltados, ou isso seria paixão ? Sim, não é amor, é paixão. Dizem que se pode transformar uma paixão em um amor. Mas será possível ? Não, não é possível. Nós não sabemos nem a forma em palavras de descrevê-lo. A única forma na qual isso é possível, é o amor de pais e filhos. Nem o de amigos conseguimos.
No final das contas, penso que só há um tipo de amor, o de pais e filhos. O resto, é afeto, carinho, sentimentos assim, descritíveis. Chegamos aqui, ao começo de tudo, o amor é algo definitivamente indescritível.

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Simples confissões

Meu primeiro post, no primeiro dia do ano. Eu confesso (confissão número um), sempre tive muitas expectativas para o ano novo: ah, esse ano eu juro que vou calar a minha boca na sala de aula, vou melhorar minhas notas, estudar mais, brigar menos com minha mãe, etc, etc, etc. Nunca consigo. Isso já me frustou (confissão número dois), muito. Resolvi não ter metas mais, bom, só uma. Acabei de 'conhecer' a chapinha da minha vida: "A única que alisa, hidrata e condiciona seus cabelos, da raiz às pontas e numa única passada!". Sabe aquele seu grande amor, então, ela é minha grande chapinha. Tudo chega a combinar, tudo grande e bom, até o preço, nossa, super-barato, só 400 (quatrocentos) reais. Essa é minha meta para 2009 (dois mil e nove): conseguir a minha grande-amor-chapinha. Sim, infelizmente, eu vou ter que abrir mão da minha câmera-nova-e-roupas de aniversário, porém, ficarei com a opção chapinha-e-roupas, o que não chega a ser tão ruim. Apesar de ser só esse o meu plano, confesso (confissão número três) que tenho aquelas vontades (na maioria das vezes, futéis) como dinheiro, amor, sáude, paz, etc, etc, etc. Tá, maaaas, voltando ao assunto principal: meu primeiro post (?)(talvez sim, talvez não), espero que gostem de mim, o que na maioria das vezes não ocorre com 99% (noventa e nove por cento) com as pessoas que eu conheço. É isso, feliz ano novo pra vocês. ¬