terça-feira, 27 de abril de 2010

Como tudo deve ser


A felicidade senta-se ao lado e apoia-se em mim. Faz-me sentir plena. Plenitude de paz e amor. Sorrisos compõem o meu dia hoje. Parece que o mundo está girando conforme o meu desejo. Parece que eu estou me controlando, ou confundindo. Espero que essas aparências não mudem e transformem-se em confusões. Hoje as cores estão bonitas demais para borrarem-se e tornarem-se cinzas.

"Felizes são os loucos, que vivem pouco, mas vivem como querem."

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Gritos silenciosos

Queria poder falar abertamente sobre o buraco que está aqui dentro. Sobre a pressão exercida contra meu coração! A única vontade que eu tenho é de colocar isso tudo pra fora. De tirar isso de mim aos berros. É como se fosse um daqueles buracos negros, que vão consumindo cada gota de esperança e cada pinguinho de paz que tenta existir em mim. O que há de errado comigo, InTheZone? Que tipo de remédio existe pra curar esse vazio? Eu preciso de algo novo urgente, as minhas forças acabaram.

sábado, 10 de abril de 2010

Bipolar

Bipolares como só elas conseguem ser. Piores do que várias meninas juntas conseguiriam ser. Pior do que eu consigo ser. Altos e baixos, risos e choros.
Tudo babaquice. Sem maiores codinomes, pode-se chamar “Ia” ou “Mia”. Você entendeu? Não. Só a pessoa a quem eu direcionarei este texto entenderá. Coisas dessa tal de bipolaridade, que é caracterizada por sinceridade ao extremo juntamente com escrotice ao extremo e amor intenso. Como eu denomino isso tudo? Amizade.

Sorry, miga.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Michael

Uma fotografia poderia, talvez, exibir melhor este momento. Porém, palavras sempre serão palavras, e sempre expressarão algo da maneira que o autor a vê.
Um computador, novo e vermelho. Um sofá cama, xadrez e... velho. Uma televisão, ligada e tediosa. Um nariz, entupido e rosado. Alguns risos, uma pequena dor latejante de cabeça e um enorme sentimento. Chamado felicidade.
A fotografia seria dada a várias interpretações da cena acima, mas ela transformaria o essencial: o sentimento.
Felicidade? Você me pergunta. As pessoas não sabem ser felizes mais. Elas precisam de muito, precisam ser bem motivadas, ou enganadas. O motivo da minha felicidade grita ao longe, neste exato momento: "Mírian, minha filha, troca a fita!". É que a minha felicidade me apresentou uma música, e eu a estou escutando há alguns dias. Alguns dias significam todos os dias, todas as horas, todos os minutos e consequentemente todos os segundos. E enquanto eu escrevo este conjunto de palavras que você lê agora, eu a escuto. "Everytime I see you falling...".
Eu consigo ser feliz com tão pouco. O mundo deveria ser assim também. As pessoas deveriam perceber sua felicidade umas nas outras. Como eu percebo nas crianças, que agora estão na varanda, juntamente com a Srta. Felicidade.
Srta. Felicidade? Você me pergunta novamente. Um belo codinome para outro, "Ia".
Acho que tenho que encerrar.
O que você está falando? Alguns podem estar me perguntando. O que eu estou falando?
Estes, não tentem entender, não conseguirão. Já outros que entenderam desde o começo, a estes eu dedico este texto, ou talvez essas palavras que juntas formam algo... estranhamente alicerçado no planeta. "This is it!"


Srta. Felicidade oficialmente chamada Flavia Ventura.

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Strip-Tease

Chegou no apartamento dele por volta das seis da tarde e sentia um nervosismo fora do comum. Antes de entrar, pensou mais uma vez no que estava por fazer. Seria sua primeira vez. Já havia roído as unhas de ambas as mãos. Não podia mais voltar atrás. Tocou a campainha e ele, ansioso do outro lado da porta, não levou mais do que dois segundos para atender.
Ele perguntou se ela queria beber alguma coisa, ela não quis. Ele perguntou se ela queria sentar, ela recusou. Ele perguntou o que poderia fazer por ela. A resposta: sem preliminares. Quero que você me escute, simplesmente.
Então ela começou a se despir como nunca havia feito antes.

Primeiro tirou a máscara: "Eu tenho feito de conta que você não me interessa muito, mas não é verdade. Você é a pessoa mais especial que já conheci. Não por ser bonito ou por pensar como eu sobre tantas coisas, mas por algo maior e mais profundo do que aparência e afinidade. Ser correspondida é o que menos me importa no momento: preciso dizer o que sinto".

Então ela desfez-se da arrogância: "Nem sei com que pernas cheguei até sua casa, achei que não teria coragem. Mas agora que estou aqui, preciso que você saiba que cada música que toca é com você que ouço, cada palavra que leio é com você que reparto, cada deslumbramento que tenho é com você que sinto. Você está entranhado no que sou, virou parte da minha história."

Era o pudor sendo desabotoado: "Eu beijo espelhos, abraço almofadas, faço carinho em mim mesma tendo você no pensamento, e mesmo quando as coisas que faço são menos importantes, como ler uma revista ou lavar uma meia, é em sua companhia que estou"
Retirava o medo: "Eu não sou melhor ou pior do que ninguém, sou apenas alguém que está aprendendo a lidar com o amor, sinto que ele existe, sinto que é forte e sinto que é aquilo que todos procuram. Encontrei".

Por fim, a última peça caía, deixando-a nua
"Eu gostaria de viver com você, mas não foi por isso que vim. A intenção é unicamente deixá-lo saber que é amado e deixá-lo pensar a respeito, que amor não é coisa que se retribua de imediato, apenas para ser gentil. Se um dia eu for amada do mesmo modo por você, me avise que eu volto, e a gente recomeça de onde parou, paramos aqui".


E saiu do apartamento sentindo-se mais mulher do que nunca.

Por Martha Medeiros.