quarta-feira, 15 de setembro de 2010

O feliz e o triste: duas variações de um único início

Mas, peraí, não é simplesmente dessa forma que a vida se faz linda?

É minha resposta momentânea para milhões de perguntas que eu havia recebido de um grande amigo meu. Ele estava me explicando, na sua imensa sabedoria de se saber que nada se sabe, a forma como o ser humano é tão humano. E lá vem-me ele com seus exemplos, misturados entre dois mundos tão distintos: a física e a filosofia. Ele me questiona o que é a força centrífuga. A força que interrompe um movimento circular, na qual, o corpo que estava inerte foge do centro; correto? Ele me diz que sim, e completa dizendo que a humanidade do ser humano se resume em perceber que essa força existe dentro de nós também. Você entendeu? É, eu fiquei meio confusa a princípio. Deixe-me te explicar.
O nosso centro é a felicidade. O por quê? Porque é o que sempre iremos buscar, desejar, invejar e adorar. Mas nós não somos feitos apenas de felicidade. Somos feitos de tristezas também. E de vários outros sentimentos. E todos eles são variações dessa felicidade plena.
Voltando à física, existem alguns físicos que acreditam, que algum tempo após a força centrífuga atuar sobre certo corpo, este corpo volta a seu movimento inicial, o movimento circurlar. E este meu amigo crê que acontece isso com nossos sentimentos também. A felicidade encontra-se no centro, e ao redor, suas variações. Mas tudo faz parte de somente um plano, um corpo.
E esta é a percepção mais humana que um ser humano pode ter. A de que tudo é feito de altos e baixos. Centros e bordas. Felicidades e tristezas. Mas que a vida, o mundo, são literalmente essa festa inacreditável de bons e maus momentos. Que cada um de nós é feito de um pouco de tudo. Que a alegria é triste, e que a tristeza é alegre. E que tudo está em constante mudança.
E agora, eu te respondo, Rodrigo: mas não é assim que a vida se faz linda?