quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Iludir-te a si próprio

Tão doce ilusão de viver-te e expandir-te ao universo;
extraordinário és ter-te como tal,
usufruir-te de tu próprio e ser tu, tua extensão ilimitada, mente ampliada.
Tão doce ilusão de eternamente descansar-te,
cessação definitiva jamais haverá. E tu?
Teu princípio espiritual, este, tomarás a resolução de vagar entre vós, inundados por calor.
Tão doce ilusão de amar-te a ti mesmo.
Acarinha-se o indevido e ama-se o indefinido,
o paradoxo de conhecer-te e procurar-te a cada dia demasiadamente mais, este nomeado és amor.
Tão doce ilusão de odiar-te ao próximo.
Este escondido és por outro, belo e eterno.
Se tu odeias, tu importa-te, e se tu importa-te, tu amas.
Tão doce ilusão de mundo, o que este és? Realidade ou necessidade?
Ilusão somente és, formada por tu, e adquirida por vós.
Tão doce ilusão de realidade. Serias esta filha mutável ou imutável?
Imaginável ou verdadeiramente verídica?
Questionável, sem opor-te questões és e serás.
Tão doce ilusão de iludir-te. Levados a crer no que cres que não podes mudar-te.
A crer que erronêas seriam alterações. A crer que tu, serás eternamente tu.

Esta és tua verdade? Qual é a tua verdade? Podes escolher, a que seja mais agradável para tu-próprio, tu feito de alma, tu feito de corpo, tu feito de vontade. Ou serás mera ignorância minha?

2 comentários:

Gabriela Leite disse...

Adorei essa parte:
"Se tu odeias, tu importa-te, e se tu importa-te, tu amas."
Muito inteligente, parabéns.

Anônimo disse...

Faço as palavras da Gabi minhas palavras!